A lembrança sobre o tudo o que tenho nesta mente,
A certeza sobre o nada que tenho entre estes dedos,
Sapatos usados guardados no armário de quem sente,
Não há lixo, não há saída, somente coragem e medos,
Deixamos gavetas abertas repletas de roupas rasgadas,
Tristezas e alegrias de quem passou e em si se encontrou,
À mercê de cada momento a momento, cadeiras abdicadas,
Noites sem dormir do instante em que a maçaneta se largou,
As fragrâncias esmorecidas, as sombras de beijos ao sol-posto,
Manhãs que vêm e passam prisioneiras do segundo passageiro
De quem em si é refém e quando o adeus tem somente um rosto,
Não há nada para lembrar, nada para esquecer, a mente é só cinzeiro
Dos apóstatas que fui, das promessas quebradas sem nenhum encosto,
Sou solidão, sou lembrança largada no eterno aluindo tal um aguaceiro.
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