A inexistência do tom da canção é esta despedida,
Tanto percorrer e ser refém da impermanência,
Não ter regaço para colocar a cabeça ou guarida,
O silêncio deste suspiro é toda a minha ausência,
Os cruzamentos tão alheios a um homem perdido,
Caindo neve neste olhar por lágrimas emoldurado,
Esta paisagem aberta, o outrora verde sucumbido,
Vem pássaro negro, quando serei enfim levado?!
Sorrio quando o sol é poente, beijando o horizonte,
Que venha a noite longa, em mim terá aqui lugar,
Porção a porção que o céu finalmente desponte,
Adeus Amor, hoje serei o que não pode aguardar,
A queda de Ícaro, as chamas ardendo a ponte,
Até breve, até um dia, dia esse sem sol ou luar.
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