De luz aprisionada nas pontas dos dedos,
Intermináveis páginas pintadas a branco;
Como um barco naufragado em rochedos
De negro absurdo ladeado em cada flanco
Escuta apurada ao silêncio da tormenta,
Ouve-se a morrinha lúgubre do lamento,
Que mais do que preencher apoquenta
De lar fraterno mas renunciado ao relento;
Tempo é o que passa tão indiferente,
Vida deslocada em torno de seu eixo,
Suplícios a conta-gotas de figura ausente;
Que nem o prostrar de relançado seixo
Em lago assimétrico de lua confidente,
Anui alívio em ócio com tons de desleixo.
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