As preces nocturnas enviadas a destino anónimo
São breves e consumidas por um silêncio interior
De um jardim desolado, prisioneiro, meu heterónimo
Visionários devaneios mediados por lúgubre algor
Fluir da ampulheta devastando a mortalidade dos segundos
Esmorecendo na frágil moldura que subtilmente a contorna
Incontáveis retratos estilhaçados entre escombros profundos
Insciente, amarguras a vinda do tempo passante que retorna
Aos mesmos becos estreitos e escuros, enredo desconcertante
A nulificação de todas as progressões, o princípio do ser vazio
Percepciona-se pelo sombrio andar esguio e penoso semblante
Na longevidade invernal contempla-se o brotar silencioso do rio
Suas margens estas cicatrizes, imbuídas e cativas na maré cintilante
Pupilas dilatadas rumando a épocas mais semelhantes ao ledo estio
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