E sonho acordado com o rosto da eterna musa,
Aquela que me inspira, que me confere a mão,
Que é a ponte para o horizonte da luz difusa,
Aquela que simplesmente me preenche o coração,
E sonho acordado com o seu semblante retocado,
O pormenor do detalhe, a tenra imersão corporal
No abraço das horas, a vogal, o suspiro invocado,
Deixando-me apartado escrevendo este madrigal,
E nas esquinas do tempo cruzamo-nos obliquamente,
Da doença advém a cura, sara-se assim de repente,
Num instante sinto o rosto afagado pela palma da mão,
Relembrando, sim, de que este para o céu é o corrimão
Por onde vou trauteando o desejo numa doce semifusa,
Onde sonho acordado com o leve beijo da eterna musa.
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