domingo, 15 de novembro de 2020

Não Vale A Pena Temer O Adeus

Não direi mais adeus, agora apenas darei boas vindas, 
O cansaço do aceno de despedida quebra a esperança,
Enche-me de escárnio das manhãs e as noites lindas
Proteladas pelas estrelas de dois olhares em lembrança,

É uma partida infindável, é o receio dos velhos lugares,
O retorno ao mesmo tal manchas depositadas nas mãos,
Não obstante do quanto já fomos ou quantos andares
Subimos, somos sôfregos, somos inertes, somos órfãos, 

Perguntando-nos qual a vista para o recreio, o corrimão
Para o céu que transfigura os homens em sonhadores,
E eu preciso de sonhar, preenche a alma e o coração, 

E tenho saudades do lar, nós não somos deste mundo, 
Há lugar no instante fugidio entre a brasa e os ardores,
Espaço para a criança alada e este sentimento profundo.

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