Estas lágrimas que escorrem pela face acorrentada
Ao passado, há tanto deixamos o lar e ele esquecido
Trouxe o coração infracto, a sombra que é da estrada,
Da curva à berma até à margem e eu então enternecido
Pois os sóis distantes eram vertidos por horas transientes,
Eu insignificante, porém importante, maior que o mundo,
Repleto de luz para partilhar de vista na chuva incipiente,
E assim de repente, sem vestígios de graça então me afundo
Em trajectórias cúmplices com joelhos e pernas quebradas,
Longínquo sonho, tanto a andar com esta sede de infinito
Coincidente com beijos não dados e de mãos afastadas,
Sonhando sem respirar, preciso de ti amor, és a carência,
A falta, a privação e escassez que acolho no interno grito
Que zela a alma dos perdidos, que velo nesta condolência.