O tecto mostra-me enfim os raios da manhã, regressa o dia,
Com os cordeiros, o abrir os olhos numa grande charada,
É dos insectos a parada, o golpe da faca, a morte da cria
Que ainda não nasceu, que não esqueceu a ferida sanada,
É esta a eterna emboscada, a procura no ventre esterilizado,
Mil e uma vezes fecundado, porém sem encontrar a vivalma
Que traz o sorriso ao Sol, apesar de ser outro dia desolado,
Há fotos tiradas que relembram os mortos e a sua calma,
A noite foi-se, veio a manhã, e novamente lâminas nos sentidos
Por quem não se lembrava do nome, entre o fumo, entre a bruma,
Enfim, as nuvens de onde caiam anjos e os pilares do Sol vendidos,
Deixaram apenas sombras atrás, beatas e cinzas pela colina abaixo,
Carniça aos olhos dos abutres, ouçam o silêncio, a verdade é uma,
Os filhos de Hiroshima ao tempo de um suspiro, são terra, por baixo.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.