A morte bateu-me à porta e eu permiti-lhe a entrada,
Trouxe-me rebuçados e doces de um tempo perdido,
De magia e epopeias de quem não era de todo lembrada,
E o seu murmúrio era sossegado a um simples pincel colorido,
A morte bateu-me à porta e eu mostrei-lhe o caminho,
Trouxe-me cigarros e beatas na mão aberta, era o incerto,
Ela disse: "Não sabes que nesta vida morre-se sempre sozinho?"
E eu acenei com a cabeça, ela olhava-me como se fosse seu adepto,
A morte bateu-me à porta e eu permiti-lhe sentar-se,
Trouxe memórias de porções de beijos do tão distante,
No longínquo ouviam-se gemidos, era o velho a lamentar-se,
Pelo tempo que não foi Vida, pelo frio que era triste, pela geada,
A morte bateu-me à porta e deu-me a mão num silêncio reconfortante,
E eu fui com ela satisfeito por tudo ter feito, não obstante de tudo ou nada.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.