O meu compromisso é para com este Universo,
É por ele que esboço e pinto estas constelações,
Sinto-as vibrando sob a pupila, no cair do verso,
Indómitas e selvagens oscilando entre estações,
O meu pacto é solene e é para com o horizonte,
Por aqueles instantes insondáveis e passageiros,
Vestindo a alma, criando entre margens a ponte,
Escrevendo na escuridão com alvor de candeeiro,
Há um reflexo no espelho de um tempo passado,
Que é reciprocidade entre um beijo e uma cantiga,
Como entre o um e o Uno albergo e sou albergado
Pois é a cúpula cerúlea que a todos nós abriga,
Sou irmão do acontecer e de cada instante amado
Uma serenata imensa que a e em todos bendiga.