Trago aos ombros restos da pluma dourada,
Deixando um rasto de sangue e suor ao trilho,
Partilhando os beijos e colocando-os à alçada,
Eu continuo pelo mundo, eu brilho, eu brilho!
Trago nos lábios o sabor de noites já eclipsadas
Ou quando sorvia pelos dentes sólido cimento,
Onde nem sempre fugi das minhas emboscadas,
Porém é nas noites negras a melhor vista do firmamento
Que cai tal escombros na passeata do viandante,
Quase esqueci dos sonhos latentes na algibeira
Ou o quanto esta Vida é passageira num instante,
Este horizonte é entre o real e o sonho fronteira,
O objectivo move-se ora sempre em frente, adiante,
Não permitir estes ossos apodrecer sob esta poeira