segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Enquanto Se Espera e Ela Não Vem

Vigílias à luz da candeia perante a janela,
O sol poente a companhia com a eternidade,
Procurámos conforme esperamos pela donzela,
Pelo beijo de uma vida com píncaros de saudade,

Vigílias sob a noite luarenta de um soneto perdido,
Assim lembro o passado, os segundos e a sua sede,
Até ela vir, beldade com um céu de estrelas vestido,
Sou refém de uma vontade que não quebra nem cede,

Um pássaro negro esvoaça e confidencia seu medo,
O homem velho e sozinho corcovado numa esquina,
E a morte erguendo-se sobre ele nunca tarde, cedo...

É o crepúsculo torneando-me a vista e o horizonte,
Apenas conto com o brilho de uma frágil lamparina
Que para o poeta trovador é margem e em si a ponte.