SOS murmura esta gente no barco salva-vidas,
Nós somos o orvalho desprendido da manhã
Ou seremos as muitas multidões embevecidas
Que por muito que andem nunca se sentem cá?
Somos naufrágios de fantasmas ainda por vir,
Sob a pele vestida rebatendo ondas e marés
Ou seremos Ícaro orgulhoso ainda por cair
Tendo todo este mundo sob os seus pés?
Somos apenas o Universo de si consciente,
Experienciando tudo o que pode albergar,
A sombra já póstuma do homem ausente
Do instante em que já não é possível amar,
Amigos, ouvi-me! Rápido passa o presente,
Há que o reter para um dia o saber largar.