Este vago olhar é toda a minha solidão,
O beijo de Judas, o apontar de um dedo
Daqueles sonhos abandonados no sótão,
Hoje esquecidos num certo dia tão cedo,
Pois que seja a lua no firmamento vadio
Pois esta saudade é um véu de veludo
Que não permite a passagem ao estio
Sobrando apenas rastos dum sono mudo,
Refractados por essa longínqua confissão,
Sonho com o dia para cantar pretextos,
Por um lugar onde descanse o coração,
Me habitue à distância entre as margens,
À luz da vela ao vento que dita contextos
Um galho para pousar após estas viagens.