Assim chovem raios de sol e sou profundidade,
Esperamos pelo breve instante da madrugada,
A pertença é mútua e maior que a humanidade,
Nestes passos largos dados na berma da estrada,
Indulgência é tentar ver um pouco de beleza
Pelas curvas e envolturas deste insano caminho,
Mesmo tendo na mão aqueles restos de tristeza
Que vem o sonho e então nunca estarei sozinho,
Compromissos com a arte do encontro, quase vejo,
O cego torna-se crente e a aventura é desmedida,
Por esta mão partilhada liberta-se também o beijo
Reconheço-o pelas memórias que entretanto esqueci,
Ele é no caos e no acaso, ela pela margem perdida,
Assim se estendem tal oferendas nas asas do colibri.