Beijos de boas noites enquanto não chega a manhã,
Poços sem fundo e a alma em si prisoneira,
Escapes com sapatos de chumbo e pés de lã
E restos de vestidos rasgados atirados na lareira,
Entre dias, agonias e pedaços de fragmentos,
Irradiam minhas alegrias deixadas a metade,
São pertença do poeta seus mil e um tormentos,
Trago o esquecimento de toda uma vontade,
Vimos do resto esperando um beijo leve,
Esvoaçando, perdurando, lua na algibeira,
Sendo tão pouco, sendo tão pequeno e leve,
O beijo que não passa quase alcançado,
Deixando os poucos num pouco de poeira
E no pouco quase, quase nunca beijado.