Nego a indecisão face à encruzilhada,
Onde estás sonho alado, asa de primavera?
O amor sozinho sabe a pouco, sabe a nada
E não compensa a insanidade da espera,
Trazendo no olhar o beijo imenso de outrora,
Os ecos dos passos suspirados à berma da rua,
Aonde passam os segundos e não vem a hora
Todavia confessamos o feitiço da briosa Lua,
Largamos as malas carregando seu conteúdo,
Aos ombros fantasmas, vultos e semblantes,
Entre trevas e luzes jaz apartado um miúdo
À procura do que se alheou da sua algibeira,
De cores e íris para as ser enfim suas amantes,
Da interrupção da morte do poeta, desta canseira.