Pelo seu amor me dói o ar e até a lua,
Mortos arranham as tábuas do chão,
Mil nomes sussurrados ao esmo da rua
E quando falta o alento, falta o coração,
O tempo é nas rugas e no cabelo grisalho,
Vai-se largando pele nas orlas do asfalto
Tal cais de abrigo pelas gotas de orvalho
Reflectido e até perdido no sobressalto,
Do seu vislumbre sou pertença e refém,
Prisioneiro do dormir sob seu perfume,
Sonho meu, diz-me onde, diz-me quem
Dormirá amanhã em teu prazenteiro leito,
Fecho os olhos, apago este meio ardume
E o inescapável adeus em despedida aceito.