Amor... deixaste-me no meio da estrada,
Estes olhos já não alcunham o horizonte,
As mãos tentam agarrar e trazem nada
Para além de terra batida deste monte
Que era onde fizemos casa e amor,
Agora no meio do mundo perdido
Encurralado entre garras de dissabor
Será este fado assim bem merecido?
Escondo as pálpebras atrás da cabeça,
Nada daqui tem em mim pertença
Esperando que a aurora aconteça
Essa espera é em si também sentença
Que esta dor a ela felizmente enalteça
Enquanto cresce tal tumor, tal doença.