A cela fechada de quem se há emprisionado,
Vem então a loucura do homem insano,
Numa casa vazia de olhar semicerrado
Aí onde percebe o que é ser humano,
Os medos e anseios de quem pensa demais,
As nuvens e a bruma chovendo pelo céu,
A donzela há partido de nosso belo cais
E nosso amor partilhado enfim morreu,
Não há poesia que chegue para falar
Da perda do sol e da queda da lua,
Como se há-de proceder, como estar,
Se a minha mão já não está na sua,
E o nosso regaço deixou de ser lar,
Quando a verdade é tão nua e crua?...