De olhos secos e andar fatigado,
Vem a primavera cheia de flores
E eu não a vejo de costas voltado,
Falho em capturar as suas cores,
Assim se escapa o bater do coração,
Sem ter porto de abrigo onde amarrar,
Parece esbanjar sua própria pulsação
Por não saber para onde navegar,
Choro por todas as primaveras perdidas
E os verões que veremos jamais,
Sei-as idas porém tenho-as queridas,
Remo e remo sem encontrar cais,
Morto nas sarjetas destas vidas,
Por ela já não me amar mais.