segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Na subcave do soalheiro Solstício Pt. I

Na subcave do soalheiro Solstício,
A apoteótica Ode ao Orfeão em vão,
Mais menor do que o poema outrora prometido,
O que em cada novo avistamento: disparidade,
A bela e delicada esperançada espera,
Pois a procura é concubina da expectativa,
Como as abjuro a ambas, mesmo quando,
São minhas únicas insidiadoras companhias.
De olhos cintilantes, com frondosas flores
Gentilmente embaladas para ofertar,
Radiosas e fulgentes, o sorriso incidente,
A maior dádiva dos e aos firmamentos: sorrir,
A melancolia havia reencontrado Ema,
Dentre milhares de esferas de pólen esvoejando,
Onde Ema imóvel, aguardava e esperançava,
De vestido cândido, semi-rasgado nas pontas,
Estas humedecidas pelo enlear da maré,
Ondulando ao sabor da brisa marítima,
Suspirava e ia murmurando disparates,
Que apenas ela deveras não percebia,
Rodopiava, no rodopio mais puro
E portanto, o mais estonteante,
O da arritmia de seu respirar,
Ia recaindo na brisa fortuitamente,
Quão subtil seu ténue embalar,
De pés descalços, areia dentre dedos,
Deleitando-se no aparentemente
Ridículo e patético, todos os amadores,
Como são, amando sem esperar retorno,
Ignorando o que ridículo e patético significa,
Seus olhos: as estrelas aguadas mais brilhantes
Do ponto donde era até ao longínquo horizonte.

Rosa. M. Gray

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.