São os ecos de um sonho perdido, fragmentos do esquecimento,
A resignação à estrada vista pelos olhos diáfanos de pouco ver,
Estas lágrimas translucidas são apoteose para o passado momento,
Porém também legado e facto de que estamos a ir e estamos a viver,
Mesmo que rumo ao esvaecimento, a uma saudade sem qualquer cura,
A Lua nos charcos, o vento no cabelo, trago em mim cadernos de poesia,
A nenhum lugar condenado, o doloroso que fica em nós e que dura e dura,
Sou morte e renascimento, pluma de fénix em cinzeiro, oh que doce algesia!
Este é o fim de um anseio, o assentar da poeira, trago na vista o entardecer,
A pétala da flor descarnada e encarnada em mim, é uma estrada de fragmentos,
Pois para nela ir e conseguir ser nesta Vida, por vezes é preciso também morrer,
Portanto sim, há silêncio dentre estas palmas das mãos entre si e por si cerradas,
Desesperançando onde outrora somente havia esperança, assim são os sentimentos
De um poeta vagueando entre planícies, aguardando, porém, as estrelas almejadas.
Blog do músico e poeta português Joel Nachio onde este vai escrevendo e reunindo escritos poéticos.Tal como as músicas são compostos de forma única a partir do mais sublime reflexo, em retoque, do seu sentimento e poesia. Alguns poemas já pertencentes a livros, outros ainda "frescos" e originais no website...
quarta-feira, 3 de julho de 2024
Trazendo uma Fénix no Coração
Memórias de uma Vida Preterida
Assim ansiando estrelas numa busca interminável,
O Sonho está enfim morto e agora aqui enterrado,
Recomeço do início com esta vontade indomável,
E irei pela estrada e bermas apesar de quebrado,
Com ela ficou parte e fracção do que era fragmento
De mim e em mim, estarei eu ao nenhures condenado?
Hoje prefiro as manhãs, são a lembrança dum momento
Em que eramos complementares e me sentia enamorado,
Beijo as memórias que são estes pulsos ensanguentados,
Pois sou quase menos, sou a Lua pelos charcos reflectida,
Percebem porque de mim em mim sou mil aposentados?
Trago-a perto, na algibeira ao lado de uma luzência querida,
Pouco mais tenho a fazer cá pois os bares estão fechados,
Ao esquecimento rumo, ao esvaecimento de uma Vida preterida.