Há alturas em que feliz fujo deste tempo perdido,
Porém há fantasmas que trago na algibeira vestida
E cicatrizes que relembram as maleitas do querido,
Este olhar penitente que mal se vê assim de repente,
Deixem-me sozinho, perdi o sonho, dou-me por vencido,
Não há poesia nem magia nestes dedos, deixem-me gente,
Apenas mentiras e a perfídia de outra dor, de outro gemido,
Colhemos espinhos por flores, já morto me dou noutras mortes,
O ideal é a paz do sepulcro, longe dos seus almejados beijos,
Portanto não tenho caminho, um rei sem as suas consortes,
Há neve nas fendas destes pulsos e no interior do coração,
Esta alma quase ida, que morra também coberta de percevejos,
Que dentro de mim encontre por fim a minha conclusão!
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