segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Venha O Fim

Verte-te neste cálice e concede-me de novo vida,
Há alturas em que feliz fujo deste tempo perdido, 
Porém há fantasmas que trago na algibeira vestida
E cicatrizes que relembram as maleitas do querido,

Este olhar penitente que mal se vê assim de repente,
Deixem-me sozinho, perdi o sonho, dou-me por vencido, 
Não há poesia nem magia nestes dedos, deixem-me gente, 
Apenas mentiras e a perfídia de outra dor, de outro gemido, 

Colhemos espinhos por flores, já morto me dou noutras mortes, 
O ideal é a paz do sepulcro, longe dos seus almejados beijos, 
Portanto não tenho caminho, um rei sem as suas consortes, 

Há neve nas fendas destes pulsos e no interior do coração, 
Esta alma quase ida, que morra também coberta de percevejos,
Que dentro de mim encontre por fim a minha conclusão!




Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.