quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Transitoriedade do Ser

Estes sentidos emudecidos por um tempo eclipsado,
Sou somente mais um no meio de tanta e tanta gente,
Desde os pedaços de plumas até um céu enxovalhado,
E eu, entre quem em mim é, pois que vá e se apoquente,

Este é somente mais um poema para em mim me acumular,
Ao monte de terra trazido numa perda nesta boca aberta,
Perante o instante em que eu vou indo e pareço não passar,
Sou, pois, e assim segundo passageiro desta hora que é incerta,

Por favor sepultem-me sob uma cascata de incógnitas esbeltas,
Olhos fechados neste caixão ornado pelas estrelas mais brilhantes,
Enfim neste peito enfocam-se assim os vultos e as suas silhuetas,

E destas paredes estes mundos se tornam num lar para o enjaulado,
Libertem-me, serei esquecimento para o que venha depois ou dantes,
Serei finalmente a morte dum irmão penante sob um sonho renunciado.

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