Para além do outro lado, fechando com dedos cautelosos
Nossos olhos de melancolia pela bruma surpreendidos,
São estes os últimos dias do verão, estes ventos dolosos
Permanecem nas margens por choros ainda preenchidos,
O céu de cristal silenciosamente suplica por novos horizontes,
Nossos destinos entrelaçados falam de visões ainda por vir,
Campos dourados regozijam nos toques com sede de mil fontes,
Um estalido de faísca de ouro, fagulha nos peitos ainda por sentir,
Beleza, querida teia de estrelas aproximando-se da abóboda,
Labirinto do tempo, meu agora e para sempre nesta solidão,
Cruzemos então a vida e a morte, uma alma na eterna roda,
Aquela que é Deus para um infinito número de caras e rostos,
Tempo, a divindade, Eu vim e tomei estas terras celestiais na mão
E agora que a noite me leva, tal pegada na areia, ofereço meus gestos.