sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Guerra Civil

É a algazarra no vértice da esquina, ruído e barulho, 
De antemão já sabia que vinha para o fim do mundo, 
"Guerra é guerra!", bramo e com o punho erguido vasculho
O inimigo removeu-nos das nuvens para um poço profundo, 

Dormitamos entre o fogo e é então que irmão mata irmão,
Sem fraternidade, dou a outra face, rogo aos santos e a Deus
Pois é nesta altura que até o ateu vira crente tal é a confusão,
É também nesta altura que o familiar se vira contra os seus,

A Morte a pairar por perto não distinguindo velho de criança,
O saque, a pilhagem, o furto é a indistinção entre a diferença
Vai-se a crença, fica a ilusão e miragem, preso sob fiança,

Estas cruzes, estes sepulcros sem nome, são de irmãos
Que cavaram sua cova sozinhos, essa é a sua sentença
Perante o pai indiferente que do negrume lava as mãos.


 

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