segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Estas Velhas Algemas

As salas vazias e as escadas para a cúpula apontadas, 
Vamos vivendo para o dia a dia, daqui tão longínquo, 
É o motim que me traz à tona, as setas quebradas,
A prisão do próprio pensamento caindo obliquo, 

As palavras lajes para um discurso inacabado, 
No peito sinto-vos, a mesma criança sonhando,
Durmo com os olhos abertos, ainda perturbado
Dentro da raiz esquecida, a mim me arrancando,  

É o fardo de quem partiu, porém não é a chegada
A inteireza que ansio é maior do que estes poemas,
Procuro mais do que onda ou matéria, a porta fechada

Que abrirei com ou sem chave, é o poeta e os diademas
Alçado a brisa branda sobre a margem e a sua fachada,
Um dia vos prometo, um dia partirei estas velhas algemas!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.