terça-feira, 9 de julho de 2019

Soneto Para O Homem Que Vai

É a subtileza de um toque na pele da sua amada,
É Deus nos detalhes a sorrir em eterna centelha,
É resfolego, suspiro e murmúrio perante a estrada
Que enfim ao final do dia o viandante assim espelha,

Por vezes sentimos a falta do lar, do prometido abrigo,
Porém sabemos que enquanto esse mesmo não chegar
Que de nós próprios devemos sempre ser o melhor amigo
E que o fim da pista só é real quando o fim da estrada voltar,

Despontam os sóis vindouros em quem intencionalmente vai,
Procurando por um lugar à luz solar longe do poço onde se cai,
Eu? Eu somente pretendo um beijo, por um instante eternizado,

Ofereço a alma a quem dela precisa, por um fragmento, um bocado,
De resto venham os quilómetros e as léguas, eu serei toda a distância
Para por ter e conter em mim esse momento eterno e sua abundância.

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