Sentado de uma lápide enquanto passa uma criança,
O berço foi abandonado para o trilho e o regresso,
Para além da vida um cemitério sem saída ou fiança
Que confira sentido a esta passagem, ao ingresso,
Por onde somos filhos sem pais, órfãos à nascença,
Assim por cada pluma largada vejo pássaros sem asas
Que se lançam no precipício sem donos ou pertença,
Tal mártires ou párias indesejados, paredes sem casas,
É o tiquetaque da ampulheta que é compasso para a Vida,
O segundo passageiro, o eterno bueiro de uma viagem...
Que passa, entardecendo tal murmúrio pela noite lida,
É a arte cipreste, o saber passar e o que é a única miragem
O pensar reter sem o conseguir ser, que seja precavida
Esta vontade, esta saudade sobre a negra paisagem.
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