De uma janela fechada vem a porta aberta,
Um gesto para a abrir, um gesto para a fechar,
Acredito na mudança, na hora sempre incerta
Pois é nessa hora mutável que devo procurar
Deus nos detalhes, na beleza dos fragmentos,
A porta sem fechadura com chave para a abrir,
Sou metade por tocar, por diagonais segmentos,
Os quais a todos irei um dia ou outrora vestir,
Ouvi! Este é o beijo que cobre toda a paisagem,
A brisa fresca que enleva o rosto e a aragem,
De olhos deslumbrados hei-de em mim conter
Cedo ou tarde no peito essa imensidão enfim ser
Pois esta é uma tão delicada e esbelta contradança,
Pois relembra o que será que a vida não alcança.
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