domingo, 2 de dezembro de 2018

Caminhar Sob a Chuva Nocturna

Então largando no pavimento achas de cigarros,
Está frio, está a chover e nos charcos o reflexo
De quem passou no som distante dos autocarros
Que me levam para onde não vou - tão perplexo,

Vestido de cinzas, precisamos de um remédio,
Algo que não seja eu, que seja outro qualquer,
Que enfraqueça a vontade de morrer, este tédio
É encobrido por nevoeiro, por mim a envelhecer,

Suspenso por um baloiço de uma infância ida,
Fotografias mentais de dias tornados memórias,
Esta dor é o conto de fadas pilhado, esta partida

É residente nas sombras deste peito, as estórias
Acumuladas tornadas um dia na ideia foragida
Nos degraus que sequestram as horas inglórias.


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