sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Uma Penúltima Dança

Ouço bater na porta, mas que doce sussurro,
Gritos sonegados pelo mármore dos corredores,
Cobrimos a face do sol, saltamos o último muro,
Temo que não haja tempo para chorar por falta de cores,

O que jaz na noite é o trilho esquecido do coração,
Aquele beijo que se deixou para um outro instante,
E eu a pedir tempo emprestado, os olhos da multidão
Não são suficientes para parar o inquieto pé dançante,

Respiro ao seu pescoço, esta noite seremos estrelas,
Dentre constelações, o sorriso do nobre infante,
Ela virá comigo, eu irei com ela sem amarras ou trelas,

Ofereço tudo, rendido, soterrado pelo canto da sereia,
Cuidado não é palavra para este coração lampejante,
Retracemos as linhas das mãos e sejamos a candeia.

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