Por janelas de vidros azuis - enxurrada,
Tempestade em cada beijo ao pavimento,
Recaímos do berço do Sol, na calçada,
Pisamos o aguado em tons de cinzento,
Alguém diz: “Solidão és a companheira”,
Remetendo às rugas finas atentas no olhar,
Degraus e degraus até ao final da ribanceira,
Descalço e leve, um empurrão e a esvoaçar,
A tristeza de ir e nunca conseguir mesmo chegar,
Alvoroço no coração, cataratas para a visão,
E eu então? E eu?! Sem poiso para sequer poisar,
Por vezes faz tanta falta um toque, um carinho,
Escondido num quarto escuro, oiçam a oração
De quem perdeu a crença e vai indo tão sozinho.
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