Sou as esquinas das vielas por onde tenho passado,
As fundações para um amanhã a olhar de soslaio,
Sou solavanco da berma pelo luar apaixonado
E este é o buraco que anseio portanto caio,
Nele as dimensões tornam-se em magia e sorriso,
Fulgurante então nele o vulto fica semblante,
Acredito na crença e no quanto é que é preciso,
E a crença é poder alcançar o horizonte distante,
Sonho com lábios de cetim pelos meus rodeados,
Projecto o sonho do poeta e arremesso mundos,
Assim sou em mim todos os fragmentos quebrados,
Só assim abraçando deus escapo do imanente,
De dedos alcançando, olhos abertos e beijos profundos,
Perguntais então quem sou?... Bem, sou só eu, o eterno crente.