Canto e reconto a quebra destas correntes,
Libertem o prisioneiro, o soluçar dessa dor,
Acercada por um muro feito de inconfidentes
Onde não nasce o sol ou cresce qualquer flor,
Há muitos anos apenas em vislumbres a vejo,
É ela a inocência ainda caminhando a cantar,
Restam nas vértebras as asas de um desejo,
Glorioso, numa valsa triste impossível de amar,
A fuga é a porta entreaberta, o olhar a observar,
A janela irada, o voo alado, a vontade indomável,
Assim nos erguemos deste solo, deste estar,
Apesar de saber que o estar parado é confortável
Não vos permitais a vós próprios enfim vos negar,
Deitemos abaixo as cercas acariciando o ilimitável!