No tecto observo buracos de estrelas cadentes,
Outrora eram a companhia tal apaziguante farol,
Relembravam a luz e magia ao homem ausente,
Que as nuvens eram trampolim, voo, lençol,
Assim passavam as noites pelo trovador,
Um trilho ínfimo transbordado de um peito,
Era meretriz e ladrão do beijo do beija-flor,
Resgatado em poesia e vertido num terno leito,
Era hora de cantar, acordar e subir escadas,
Hastear o sol, acender candeias atrás da lua,
Elevado, erguido e volteado entre suas amadas
Vendo finalmente a aurora sob esta pele nua,
Buracos de estrelas cadentes tenho-vos cravadas
Na alma, pelos cantos e nas esquinas desta rua.