Emaranhado assim numa teia de espelhos,
Vendo-me nu porém vestido e por baixo
Serei tal um recém-nascido e mil velhos,
Onde será que neste mundo me encaixo?
Enredado ainda ouço seus ecos pela escada,
Suspiros tornam-se lágrimas de incerteza
E sua passagem é pesadelo sem alvorada
Num trilho já trilhado rumo a vera beleza,
Enleado por bruma esbanja-se o encanto,
Rugas grisalhas tornam-se beijos perdidos,
E entre esquinas prolifera indómito o pranto
De quem morreu para mil sonhos coloridos,
Por fim repouso em gélidos braços enquanto
O presente é a saudade de mil anjos caídos…