Todo eu sou pássaros querendo voar,
Em mim reféns, em mim a cela distante,
Todos eles anseiam o momento de escapar
Pelo fogo ardente, por um voo inebriante,
Todo eu sou colibri procurando cores,
Em mim prisioneiras, em mim parte cativa,
Buscam algures onde perdi mil amores
E nessa procura fazem de mim parte viva,
Todo eu sou pluma esvoaçando ao vento,
Abraçando nuvens, esboçando constelações,
Vendo onde há vista neste olhar luarento
Por onde passam ágeis pássaros e estações
Quando tudo que é vida é moção, é movimento
E tudo o que flui flui entre diferentes corações.