terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

À Vigília

À vigília desta longa noite sem fim, sorrio,
Tenho aqui cestos vazios e papel amarrotado
De um tempo em que era um simples vadio
Sendo deste próprio trilho desencontrado,

Sem reaver rimas, mudando estas estações,
Como o lento relembrar de uma fotografia
Que não conseguiu captar as constelações
Seremos para sempre contrários à travessia?

Por onde o vento vai levando restos de amor,
Pelo menos aconteceu, senti seu alvorecer
No brilho ocular de uma criança e sua cor

Pretérito perfeito da lágrima, deste chover,
Quando o dia cair já não sentirei essa dor
Hoje sou a madrugada deixando acontecer.