Pendurada da lua hoje a terna Ema existe,
De um alpendre avisto-a em sua brincadeira,
Umas vezes tão e tão alegre outras triste
Porém sempre a acordar-me desta canseira,
Sinto-a onde os dedos alcançam o horizonte,
Onde os pés descalços lembram a areia
De um deserto onde por vezes não há ponte
E quando há esta é feita de pedaços de poeira,
Ema, coloquei-te na gaveta de um bonito sonho,
A régua e esquadro em rascunho de firmamento,
Algures somos parte do mesmo estelar risonho,
Algures somos parte de um único momento,
Virando as costas a este mundo enfadonho,
Somos faces opostas do mesmo fragmento.