Dormito para o amanhã pela noite sem fim,
Colocar o lápis no caderno é encruzilhada,
Pois à escassez de cor, vejo que é assim
Que não sai nada, não sai nada, não sai nada!
Por onde agora passo parece já não haver lugar,
Sou o aventesma deslizando entre as cortinas,
Com tanto já feito e com tão pouco para contar,
De olhos rasos de negro anseio por mil lamparinas,
Entre flores tristes e baldias tombo do firmamento,
Sem brilho onde enfim possa docemente repousar,
Por vós ainda ecoa a silente voz a todo o momento
E bate calado e esventrado um quebrado coração,
Aguardo o fim pois inícios já não sei principiar,
Então que venha a sombria morte e me dê a mão.