Esta fome é escassez, é a falta de canto,
Quantas vezes fui chuva sob os aguaceiros
E todo o silêncio do mundo sob um manto
De estrelas mortas pelo passeio do tempo,
Manhãs não vindo para este cais de abrigo
Passam na mesma neste envelhecimento
Tal frente para a batalha, tal vil castigo,
“A morte da beleza é mais bela que a beleza?”
Perguntava o cego a quem não podia ver
De tal cenário vinham as lágrimas, a tristeza
De um mundo ido que não tinha como ser
Que era feito de estrelas e eterna pureza
Que já não tinham tempo para acontecer.