Estas ruas vão lembrando brincando
De semblantes idos na luz dos lampiões,
As sombras de quem tenha passando
E ido tal como a aragem das estações,
Cada esquina tem um pedaço deixado
Por quem por aqui já se passou
Na perfídia da rua tresloucado
E por ela a si se esqueceu e deixou,
Recordando os cantos proferidos
O longe que não se torna perto,
Os bocados do trilho esquecidos
No passear do viandante tão incerto
Quantas vezes fora entre os perdidos
Na viela por um inverno encoberto?