Indo por veredas e trilhos esquecidos
Ia o poeta já esperançando com nada,
Indo adiante por ermos desconhecidos
Com o peso do mundo à sua alçada,
Outrora servo do devaneio e do sonho,
Outrora criança de língua universal,
Hoje chuva caindo no dia tristonho
Hoje só mais um corpo para um funeral
De fulgência intermitente, asas rasgadas
E sem asas não podia ir e alcançar
Em suas costas duas garras cravadas
Seu peso destinado só para o segurar
À terra e à sonolência das jornadas
Deixai-lo ir, estais-lho a matar… estais-lho a matar…