Estes olhos frágeis e tão delicados
Por vezes parecem não ver nada
Por ainda estarem tão magoados,
Abro a porta da rua e vem o deserto
Toda a areia do mundo sem gesto
Acerca-se de mim e me vê coberto
Em pedaços e porções sem resto,
Será merecimento esta vil contenda
Ou desfavor a quem se tem perdido,
Por favor aceitai-me como oferenda
De um tempo que nunca foi vivido
Pois haverá ainda quem defenda
Este ninguém de coração partido?