sexta-feira, 14 de outubro de 2022

A Asa Latente

Tenho o interior por teias de aranha ornado,
Sombras dançando noite dentro neste quarto,
Com sonhos lúcidos e por eles sendo inebriado
Neste uno fôlego nu e desnudado enquanto parto

Para outras planícies e margens, fragmentos
De mim vagueando entre os dias do outrora,
Ouvindo mil corações quebrar nos aposentos
Da solidão, da confusão, da contusão do agora,

Dedos esguios percorrendo o cabelo da noite,
E eu beijando-a entre mil vultos e semblantes
Então conhecia o o sonho e o seu terno açoite,

Perseguindo a aurora, construindo uma casa,
Um lugar para descansar os ossos como dantes,
Erguendo um bastião, latente ao coração e sua asa.

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