sexta-feira, 1 de julho de 2022

A Guerra das Flores

Sou o órfão de uma geração hoje e agora esquecida,
Dum passado nunca longe, cicatriz jamais perdida,
Procurando porto de abrigo para lá da tormenta,
Ao coração uma grinalda de espinhos o ornamenta,

Quem me levou o sorriso conheceu minha queda,
Por onde vou sozinho na clausura desta vereda,
Com imagens mentais de um momento eclipsado
Por si próprio, o sorriso que é só de um bocado,

Desconhecido sou, as razões vazias de potencial,
Amanhã talvez não consiga mais, que não usual,
Olhos completamente abertos sem conseguir ver,

É preciso oxigénio, possivelmente para viver,
E quando o sono chega, já nem sei como sonhar,
Restam estes lábios que em guerras souberam beijar.

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