Escuta-se uma voz ao longe, pequena e esvaecendo,
Por segredos tornados cicatrizes e lábios então rachados,
Alcançando o precipício pondo as montanhas tremendo,
Que não falte a sorte de uma vida com todos os seus bocados,
Desde a manhã em que acordo até à noite em que adormeço,
Aí vem o anoitecer num despertar de um céu deveras estrelado,
E ela com uma grinalda feita de astros na cabeça que teço
Em poesia cuja reflexão é nos lagos um amor enovelado
Por milénios passados, silenciosamente tecidos pela atenta mão
Do trovador, que com ou sem dor, vai mostrando a face de Deus,
E assim caminhando para a montanha, condecorando o coração,
Emudecido, calado, com vultos aos seus pés, no céu só um semblante,
Que num momento, num instante, tanto nos acena como nos diz adeus!
E o desejo do poeta é esse meio que ele completa num único olhar vigilante.
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