terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Se Soubéssemos

Se soubéssemos beijar não haveria solidão
E acordaríamos repletos de maquilhagem
Enquanto parte de nós apertaria o coração,
Outra parte iria com o vento, com a aragem, 

Se soubéssemos nadar não haveria mais naufrágios, 
Pois sem problemas nadaríamos de costa em costa,
São estes suspiros que afugentam os maus presságios
Onde o pôr-do-sol em si vai e no horizonte se encosta,

Às paredes de uma glória pertencente a  uma outrora, 
Penso em todos os afogados, aos quase interrompidos,
E assim vem quem deve vir no passar desta ligeira hora,

Pois havemos ficado cansados de ser barulho de fundo,
Da ténue linha que separa os olhos no céu insculpidos
Da areia molhada ao ver incipiente que vê o mundo.

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